A ORDEM CISTERCIENSE
Carta 142 de São Bernardo de Claraval
"Nossa Ordem é desprezo, humildade e pobreza voluntária; é obediência, alegria e paz no Espírito Santo. Nossa Ordem é a submissão a um superior, a um abade, a uma regra, a uma disciplina. Nossa Ordem é o zelo pelo silêncio, a prática do jejum, das vigílias, da oração, do trabalho manual e, acima de tudo, consiste em seguir um caminho mais excelente, que é a caridade. Além disso, trata-se de progredir em todas essas coisas, dia após dia, e assim perseverar até o final."
Em 1098, São Roberto, Abade de Molesme, juntamente com vinte e um monges beneditinos partem para uma propriedade doada, para a construção de um Novo Mosteiro. Santos Roberto, Alberico e Estêvão, que foram os três primeiros Abades de Cister, não tinham a intenção de fundar uma nova Ordem religiosa, mas apenas viver em um outro mosteiro, para ter a possibilidade de seguir a Regra de São Bento em sua totalidade, ressaltando a pobreza e o trabalho manual. No abaciado de Santo Estêvão Harding, Cister se encontrava com poucas vocações, e assim que surge, pela providência divina, Bernardo, juntamente com 30 companheiros. Esse Bernardo, mais tarde São Bernardo, é enviado para fundar e ser o primeiro Abade de Claraval.
O início Cisterciense
“Contrariando uma visão estereotipada da vida monástica que vê na austeridade e nas práticas ascéticas seu aspecto fundamental, a tradição cisterciense que compreende, além de São Bernardo, autores como Guilherme de Saint-Thierry e Elredo de Rievaulx, considera o mosteiro uma escola de caridade – Schola Caritatis –, onde tem total primazia uma pedagogia do amor. As observâncias tradicionais da espiritualidade cisterciense, quer espirituais (Lectio, meditação, oração), quer corporais (jejuns, vigílias, a salmodia, trabalho manual, castidade e pobreza), assim como a obediência, não tem outro fim a não ser a aquisição e a conservação da caridade.” (SANTOS, Dom Luis Alberto R. S, 2022, p. 21-22).